2º As - 2014/15

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quinta-feira, 21 de abril de 2016

Relatório nº 48_ 12º Ano _ 2015/2016



Lição nº 117 e 118

19-04-2016


Sumário: Discussão de uma ficha formativa sobre um técnico auxiliar de psiquiatria.



Ao começar a trabalhar num hospital psiquiátrico, talvez tenha, acerca das doenças mentais, certas ideias erróneas que deve procurar corrigir. Se os seus conhecimentos se assemelham aos da maioria das pessoas, terá bastante que aprender, a fim de se por a par dos ensinamentos científicos atuais neste campo.

Abandonar a ideia de:
E compreender:
1. Que a doença mental seja um mal misterioso, que não pode ser evitado ou curado.
1. Que a doença mental é um tipo de doença que necessita de tratamento precoce e adequado, tal qual a doença cardíaca. Ninguém, pois, deve envergonhar-se dessa doença.
2. Que a doença mental seja de uma única modalidade e sempre muito grave.
2. Que existem muitas variedades de doenças mentais; algumas mais, outras menos graves; algumas que podem ser tratadas a domicílio, outras em ambulatórios e outras ainda cujo tratamento requer hospitalização.
3. Que a doença mental aparece de repente, sem aviso prévio.
3. Que a doença mental, na maioria das vezes, desenvolve-se gradualmente, com sintomas premonitórios.
4. Que as doenças mentais não podem ser evitadas.
4. Que os sintomas de uma doença mental geralmente podem ser percebidos e que, se lhes for concedida pronta atenção, a doença mental poderá frequentemente ser evitada.
5. Que o choque emocional – com a perda de entes queridos, as desilusões amorosas, os desastres financeiros e outras desventuras – seja a causa das doenças mentais.
5. Que os choques emocionais podem favorecer a instalação da doença, mas, em tais casos, as suas sementes já estavam lá, embora ainda não houvessem despontado; as causas verdadeiras são muitas vezes ignoradas.
6. Que os “hospícios” sejam lugares horríveis e que ser internado num deles significa nunca mais sair.
6. Que os antigos “hospícios” se transformaram hoje em hospitais, para onde os pacientes são encaminhados a fim de se curarem e de receberem cuidados médicos e de enfermagem.
7. Que a doença mental seja sempre hereditária – uma tara, reveladora de predisposição constitucional familiar.
7. Que algumas modalidades de doenças mentais têm realmente fundo hereditário, mas que a maior parte decorre de outras causas, biológicas, psicológicas e sociais.


Os Pacientes são Pessoas Humanas

        É importante que compreenda como a ciência considera a doença mental, pois o êxito do seu trabalho, como auxiliar psiquiátrico, depende mais da sua atitude do que de qualquer outra coisa. Embora possa iniciar o seu trabalho sem conhecer exatamente a natureza e os métodos de tratamento da doença mental, importa livrar-se, desde logo, de ideias erróneas e compenetrar-se de uma verdade primordial: os pacientes são seres humanos.

        Os pacientes sob os seus cuidados não são totalmente diferentes de si e, em muita coisa, assemelham-se. O paciente tem emoções e ideias, gostos e aversões, esperanças e receios, tais como os seus. Cada paciente tem sua personalidade própria e, como todos nós, passa por fases de alegria e de tristeza, de jovialidade e de aborrecimento, de amor e de ódio. Bem fará, se adotar, em relação aos doentes, o ponto de vista recomendado pelo Dr. Earl D. Bond, no “The Attendant”: “Se eu fosse atendente... estudaria os delírios dos doentes e tentaria saber no que eles diferem dos meus próprios devaneios... estudaria a sua obstinação e teimosia, e as compararia com meu próprio comportamento. Teria interesse em desvendar os mundos irreais que os pacientes para si constroem, em saber o que os sonhos proporcionam àqueles que não conseguem satisfazer de outra forma os seus anseios... observaria como, na exaltação, o raciocínio do paciente fica a mercê das  suas emoções, e me poria a imaginar quantos votos nas eleições são realmente fruto da lógica e do bom-senso... Depois de conversar com pacientes vítimas do delírio de perseguição, pôr-me-ia a pensar como qualificar muitas das ideias de certas pessoas consideradas normais”.

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        Todos nós temos as mesmas tendências observadas nos doentes mentais, com a diferença de que somos capazes de controlar essas tendências e mantê-las dentro de limites razoáveis, ao passo que os pacientes perderam essa capacidade.

Objetividade – Sensibilidade

        Se for capaz de perceber essas semelhanças e diferenças, existentes entre si e o doente mental, estará bem próximo de adotar a atitude que, mais do que qualquer outra coisa, constitui a chave do êxito de um auxiliar psiquiátrico. Porque os pacientes se assemelham a vsi, ser-lhe-á mais fácil compreendê-los; porque de você diferem, ser-lhe-á possível ser objetivo e eficiente ao atender às suas necessidades.

        Durante o seu primeiro dia de trabalho num hospital psiquiátrico,  se for como a maioria das pessoas, ficará surpreso e comovido – surpreso, com o estado a que chegaram certos pacientes; comovido, com a sua premente necessidade de auxílio. Passada a primeira impressão, a maioria das pessoas não mais se surpreende e o mesmo lhe acontecerá. A sua eficiência será prejudicada se for demasiado sensível ao sofrimento dos pacientes, se se sentir deprimido com o estado dos doentes, perturbado por medo ou preocupação. É preciso, pois, que  supere sua hipersensibilidade e se torne objetivo.

        Algumas pessoas, entretanto, inclinam-se insensivelmente para a frieza e insensibilidade, atitude esta que deverá ter o máximo cuidado de evitar. A sua eficiência será prejudicada se encarar as necessidades e condições do paciente apenas objetivamente, sem levar em consideração as suas esperanças e sentimentos, se considerar o seu trabalho apenas como uma tarefa qualquer. Cedo estará fechando os olhos à negligencia e aos maus tratos, e logo mais, com surpresa sua estará neles tomando parte. Continue, pois, a ser sensível.

Atitude Equilibrada

        Deverá esforçar-se por adquirir uma atitude intermediária – nem inteiramente objetiva, nem inteiramente subjetiva ou sensível em relação ao seu trabalho. É o equilíbrio a Regra de Ouro; nem uma, nem outra atitude, mas ambas fundidas numa disposição harmónica. Ninguém lhe pode ensinar essa atitude. Mas, conhecendo o perigo de qualquer exagero, poderá adquiri-la à força de bom-senso. Uma vez atingido esse equilíbrio, verificará que a maioria das qualidades do bom auxiliar psiquiátrico se assenta nessa atitude básica.

        O bom auxiliar psiquiátrico

Por sua objetividade
Por sua sensibilidade
Não mais despreza ou condena os pacientes por seus atos.
Lembra-se de que os pacientes são seres humanos e os trata como tais.
Demonstra confiança e habilidade profissional.
Atende aos pacientes, sem pressa e individualmente.
Não se envolve em amizades particulares com pacientes.
Trata a todos com cordialidade.
Não dá valor demasiado às observações dos pacientes.
Procura, frequentemente, ouvir os pacientes com interesse especial.
Mantém serenidade.
Manifesta interesse cortês.
Cultiva a paciência, que procede da compreensão.
Cultiva a paciência, que também procede do interesse pelo paciente.
Controla-se sem sentimentalismo.
Manifesta simpatia e interesse.
É sincero.
Sem tato.


Conclusão: A aula correu muito bem: os alunos ficaram  a conhecer os mais um pouco sobre as doenças mentais e algumas dos mitos sobre os doente mentais não são a realidade.

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