Lição nº 71 e nº 72
2012/12/03
Sumário
Precauções
de infecção associadas ao transporte de doentes e de amostras biológicas.
Prevenção da
infecção associada à utilização do equipamento de protecção individual.
A professora
Teresa começou a aula por abordar e finalizar um assunto da aula anterior,
fazendo no fundo uma síntese sobre a infeção invasiva que tínhamos analisado
através da ficha “O utente submetido a intervenção invasiva”, onde se tratava
das regras de precaução básicas que se tem que ter cada vez que um utente é
sujeito a uma intervenção cirúrgica. A ficha também fazia referência às
precauções de isolamento, como minimizar o aparecimento de batérias e os vários
tipos de mecanismos invasivos para além da cirurgia
. De seguida
continuámos a analisar a mesma ficha:
Prevenção da Bacteremia Associada ao uso de Cateter Venoso
Central (CVC)
§
Higienização
das mãos
§
Manter
técnica asséptica durante a coloração do CVC
§
Uso de
solução de clorhexidina na preparação cutânea
§
Uso de
barreiras de protecção máxima e campos grandes
§
Evitar a
colocação de cateter na veia femoral
§
Manipulação
adequada do CVC
§
Remover o
uso de cateteres não necessários
§
Educar e
treinar adequadamente os profissionais.
Prevenção da Pneumonia Associada à Ventilação
§
Não
substituir os circuitos do ventilador por rotina (só se especificamente
indicado)
§
Higienização
das mãos com solução alcoólica
§
Protocolos
de sedação e desmame (minimizar a necessidade de ventilação invasiva)
§
Usar
soluto de clorhexidina na higiene oral
§
Educar e
treinar adequadamente os profissionais.
Prevenção da Infeção Urinária
§
Manter
técnica asséptica durante a algaliação
§
Usar
sistema de drenagem de urina fechado e estéril
§
Higienização
adequada do meato urinário antes da algaliação
§
Manipulação
adequada da algália e sistema de drenagem
§
Educar
e treinar adequadamente os profissionais.
Analisámos
de seguida uma lista de recomendações para a prevenção da infeção associada à
utilização de dispositivos invasivos:
§ Necessidade de questionarmos diariamente a sua indicação,
procurando alternativas e minimizando o seu uso desnecessário.
§ Respeitar as medidas globais de controlo de infecção,
(higienização adequada das mãos no tratamento dos doentes com dispositivos
invasivos)
§ Manipular adequadamente esses dispositivos
§ Educar e treinar adequadamente os profissionais -
estabelecendo programas educativos com informação sobre a base racional destas
medidas e treino adequado da sua utilização
§ Monitorizar a incidência da infecção associada a estes
procedimentos ajustada ao seu uso, reconhecer os problemas e identificar
oportunidades de melhoria
§ Estabelecer estratégias de implementação das medidas de
prevenção com base em medidas simples e focalizada nos problemas identificados
§ Estabelecer um plano de auditoria antes e após a intervenção
que permita monitorizar os resultados e evolução do processo
§ Informar os profissionais desses resultados e evolução da
estratégia.
No decorrer
da aula, começámos por analisar uma outra ficha ”Transporte de doentes”, a
professora começou então por explicar a norma que se seguia.
Utilização de Equipamento Protetor
Individual (EPI) no transporte de doentes dentro do Hospital
1. O Enfermeiro responsável pelo doente, deve informar o Serviço para
onde é transportado, com vista a permitir a programação do procedimento a
realizar, de modo a que permaneça junto dos outros doentes o menor tempo
possível e que possam ser tomadas outras medidas visando a prevenção da transmissão
dos microrganismos em causa.
2. Os doentes colonizados/infetados com microrganismos transmissíveis
por contacto, devem ser transportados sempre que possível com roupa limpa de
modo a minimizar a quantidade de microrganismos presentes.
3. Durante o transporte, não está indicado o uso de equipamento de
proteção individual (luvas, máscara, bata) por parte do profissional que
acompanha os doentes. No final do transporte é imprescindível a higienização
das mãos.
4. No caso da situação clínica do doente justificar cuidados diretos
durante o transporte (p ex. uso de “Ambu”) o profissional que presta os
cuidados poderá equipar-se com avental, se necessário luvas e deve evitar tocar
nas superfícies exteriores à unidade do doente.
5. Os doentes colonizados/infetados com microrganismos transmissíveis
por gotículas (por exemplo Meningococcus)
ou por via aérea, (por exemplo Mycobacterium
tuberculosis) devem colocar máscara cirúrgica. Explicar ao doente a
necessidade da utilização da máscara e a importância de a não retirar em
momento algum durante o transporte. O profissional que faz o transporte não
deve utilizar proteção respiratória.
6. No final do
transporte é imprescindível a higienização das mãos. Na maioria das vezes, se
as mãos não apresentarem sujidade visível, é suficiente a higiene das mãos com
soluto antisséptico alcoólico (Sterillium ®). Em situações particulares de
risco aumentado de contaminação das mãos por agentes com fácil transmissão por
contacto, (por exemplo: doentes infetados com microrganismos que provocam
diarreia) as mãos devem ser lavadas com água e sabão. O profissional que faz o
transporte deve ser esclarecido sobre a situação. “
Depois de
dar como terminada a análise da ficha, a professora apresentou um power point
sobre: Precauções básicas e o
equipamento de proteção individual, mais propriamente do equipamento de
proteção individual (qual, quando e como usar), da higiene das mãos (conceito,
técnicas, procedimentos), do uso adequado e seguro das barreiras protectoras,
dos cuidados de higiene pessoal, da vacinação e do fardamento.
Ø Ações preventivas para a manutenção
da saúde
1- Medidas de proteção de saúde para
profissionais e sua equipa:
§ exame médico periódico
§ imunização
§ desparasitação
2- Medidas que evitam contato direto
com a matéria orgânica:
§ uso de barreiras protetoras
– EPI (Equipamento de proteção individual)
3- Limitação da propagação de microorganismos:
§ barreiras de superfícies
(ex. isolamento)
§ 4 - Limpeza, desinfecção dos
artigos e das superfícies
§ limpeza, desinfeção,
esterilização, antissepsia
§ deitar fora o lixo contaminado e não
contaminado
Ø Uso de barreiras protetoras – EPI
(Equipamento de proteção individual)
Ø Higienização das mãos
5 momentos para a higienização das
mãos:
1º Antes de entrar em
contato com o paciente
2º Antes da realização de
procedimentos assépticos
3º Após o risco de exposição
a fluídos corporais
4º Após o contato com o
paciente
5º Após o contato com as
áreas próximas ao paciente.
Ø Máscara Cirúgica
O
uso de máscara cirúrgica é uma necessidade para muitos médicos, incluindo
dentistas e cirurgiões e para todos os profissionais de saúde em determinadas
situações.
Uma máscara cirúrgica tem dois objetivos:
§ Impedir que os micróbios do profissional de saúde
ameacem o sensível sistema imunológico do paciente;
§ Manter o profissional de saúde livre das doenças.
Como utilizar a máscara cirúrgica:
1. Lave as suas mãos. Certifique-se que lava as mãos
cuidadosamente com água e sabão antes de pegar na sua máscara cirúrgica.
2.Siga as instruções disponibilizadas pela marca da
máscara cirúrgica. Não use a máscara se esta tiver sido previamente usada ou
retirada da embalagem. Deve ser usada uma máscara nova em cada utilização.
3.Coloque a máscara cirúrgica com as mãos limpas. Uma
tira de metal irá dobrar-se para se ajustar ao seu nariz; certifique-se que
esta tira de metal está cobrindo o nariz e não a boca. Se a tira estiver
cobrindo a boca, então a máscara está colocada ao contrário.
4.Ate os elásticos para prender a máscara no rosto.
Certifique-se que os elásticos estão bem atados, mas não de forma
desconfortável. Depois de atar os elásticos, a máscara deve cobrir a boca, o
nariz e o queixo.
5. Não toque na máscara novamente até que precise
retirá-la, mas deve lavar as mãos antes de tirá-la ou tocar na máscara por
qualquer razão. Não toque no lado exterior da máscara; tente mexer apenas no
interior ou os elásticos. Lave novamente as suas mãos depois de retirar a
máscara.
6. Para deitar fora a máscara, enrole -a num saco
plástico fechando-o de forma segura. Lave as mãos uma última vez depois de
deitar fora a máscara cirúrgica.
Seja máscara ou respirador não se deve tocar na parte da
frente, pois está contaminada!
Ø
Óculos de protecção ou protector
facial
Agarre sempre a parte posterior do equipamento ou a que está sobre as orelhas
para retirá-las, não tocando na parte exterior estando esta contaminada. Coloque-as em local apropriado para higienização ou
no recipiente de lixo adequado.
Ø Bata
Deve cobrir
integralmente o tronco, do pescoço aos joelhos, e os braços até ao pulso e
apertar atrás. Aperte atrás do pescoço e na cintura.
Como despir a bata:
§ A parte da frente e as mangas estão contaminadas!
§ Proceda como indica a figura para despir a bata.
§ Coloque-a em local apropriado para higienização.
Ø
Luvas
Utilização de luvas:
Sendo
uma das barreiras de proteção mais utilizadas nas instituições de saúde, as
luvas quando usados indevidamente, podem, ser um veículo importante da
transmissão de microrganismos.
Ø
Regras Básicas:
§ Usar sempre que se prevê contacto com produtos biológicos exceto o suor,
e em contacto com pele não íntegra e mucosas.
§ Escolher o tipo de luvas adequadas ao procedimento e ao utilizador.
§ Lavar as mãos, antes e depois do procedimento.
Ø
Mudar de Luvas:
§ Entre procedimentos;
§ Entre o contacto com uma zona contaminada e uma zona limpa, no mesmo
doente;
§ Sempre que no decorrer duma técnica haja rutura das luvas com contaminação
das mãos;
§ Sempre que no decorrer duma técnica asséptica haja contaminação das luvas.
Ø
Objetivos da utilização:
§ Para proteção do doente: Geralmente implica o uso de luvas esterilizadas.
§ Para proteção do pessoal: Implica o uso de luvas não esterilizadas, com o objetivo de cumprir as
“Precauções Básicas”.
§ Para proteção simultânea do pessoal
e do doente: Pode implicar o uso de luvas
esterilizadas ou não, consoante se trate, de uma técnica asséptica ou de uma
técnica limpa.
Ø
Como tirar as luvas
Lave as mãos imediatamente a seguir ao tirar qualquer tipo
de EPI!
Ø
Fardamento
§
A roupa de uso exterior
terá que ser substituída por uma farda apropriada e exclusiva do local de
trabalho.
§
A troca de roupa
exterior pela farda de trabalho (fato, bata, touca, avental, sapatos, etc.),
deve ser realizada apenas nas instalações próprias para o efeito. A farda deve
ser de cor clara, lavável e apresentar-se em boas condições de higiene.
Ø
Higiene corporal
§ A nossa pele deve permanecer adequadamente limpa e hidratada, uma vez que
esta é uma barreira que nos protege de possíveis infeções.
§ Para que seja feita uma adequada
higiene corporal devemos lavar todas as partes do nosso corpo, tomando atenção
a todas elas, pois todas são importantes.
§ Devemos evitar todos os produtos
que possam ser agressivos para a nossa pele, provocando irritações. O mais
recomendado é o uso de um sabão de pH neutro, pois este mantém corretamente o
equilíbrio da pele ao respeitar o nosso próprio pH.
Ø
Medidas Preventivas
Vacinação
§ Vacinação contra o tétano e difteria (Td)
§ Vacinação contra a hepatite B (VHB)
§ Vacinação contra a gripe sazonal
Ø
Conclusão
Na minha opinião correu de forma tranquila e foi uma aula bastante
produtiva porque permitiu aos alunos ficarem a conhecer as várias precauções
que devem tomar como profissional de saúde, e as recomendações que temos que
cumprir para o bem dos doentes, do hospital e dos profissionais de saúde.
Poderemos através destes conhecimentos e normas adquiridos aplicá-los um dia
mais tarde, no estágio e em toda a nossa carreira. É sempre uma mais-valia.
Mafalda Mendes