Relatório nº 97Lições
nº 189 e 190
13/5/2013Sumário : A ergonomia e sua aplicação na área dos posicionamentos .Risco ocupacional para a o técnico auxiliar de saúde na manipulação de cargas
. os princípios ergonómicos a respeitar pelos executantes como medidas
preventivas de lesão .
Na
primeira parte da aula começamos por ver os relatórios das lojas das ajudas
postados na dropbox pelos alunos , onde a professora fez alguns reparos sobre
os mesmos . Depois a professora mandou
um aluno entregar uma ficha sobre movimentação e transferência de pacientes :
aspetos posturais e ergonómicos e começamos por ler a seguinte ficha :
ESCOLA SECUNDÁRIA AFONSO
LOPES VIERIRA
CURSO PROFISSIONAL DE TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE
Higiene Segurança e Cuidados Gerais Ano Letivo: 2012/13
Módulo 3: Técnicas de posicionamento,
mobilização, transferência e transporte
MOVIMENTAÇÃO E TRANSFERÊNCIA DE PACIENTES:
ASPECTOS
POSTURAIS E ERGONÓMICOS
Os procedimentos que envolvem a movimentação e o
transporte de pacientes são considerados os mais penosos e perigosos para os
trabalhadores de saúde, sendo que a implementação de treino e reciclagens é
parte obrigatória de programas de prevenção de lesões músculo-esqueléticas em
escolas e instituições de saúde. A presente ficha descreve orientações básicas
e inovadoras sobre esses procedimentos, dentro de uma abordagem ergonómica e
com a utilização de materiais auxiliares.
INTRODUÇÃO
Grande parte das agressões à coluna vertebral em
trabalhadores da saúde está relacionada com as condições ergonómicas
inadequadas de mobiliários, postos de trabalhos e equipamentos utilizados nas
atividades quotidianas, sendo as dores nas costas causadas por traumas crónicos
repetitivos, que envolvem muitos outros fatores, além da manipulação de
pacientes. Dessa forma, as recomendações sobre um aspeto relevante do problema
das dores vertebrais, que é a prevenção, têm caminhado em direção a uma
abordagem ergonómica.
A literatura tem sugerido a administração de
cursos sobre movimentação e transporte de pacientes como uma das estratégias
mais importantes para reduzir a incidência de problemas na coluna vertebral
entre os trabalhadores da saúde.
A utilização de equipamentos especiais e auxílios
mecânicos também tem sido indicada para prevenir as dores nas costas.
Atualmente sabe-se que para resolver tais problemas é necessário um amplo
estudo do ambiente, dos equipamentos e dos indivíduos, baseando-se num
enfoque ergonómico. Assim, as habilidades em movimentação de pacientes devem
ser complementadas com o estabelecimento de práticas seguras de trabalho dentro
de uma estrutura ergonómica, usando-se, sempre que possível, materiais e
equipamentos auxiliares.
MOVIMENTAÇÃO
E TRANSPORTE DE PACIENTES
Os procedimentos que envolvem a movimentação e o
transporte de pacientes são considerados os mais penosos e perigosos para os
trabalhadores da saúde. Estudiosos da questão defendem que o ensino desses
procedimentos deve ser complementado com uma avaliação do local de trabalho e
com alternativas para torná-los menos prejudiciais.
Um planeamento cuidadoso, antes de se iniciarem
esses procedimentos, é essencial e imprescindível.
1. Avaliação das condições e preparação do
paciente
Inicialmente deve-se fazer uma avaliação das
condições físicas da pessoa que será movimentada, da sua capacidade de
colaborar, bem como a observação da presença de soros, sondas e outros
equipamentos instalados. Também é importante, para um planeamento cuidadoso do
procedimento, uma explicação, ao paciente, do modo como se pretende movê-lo,
como pode cooperar, para onde será encaminhado e qual o motivo da locomoção.
Vale a pena salientar que o paciente deve ser orientado a ajudar, sempre que
for possível, que não deve ser mudado rapidamente de posição e que tem de usar
chinelos ou sapatos com sola antiderrapante. Outro ponto muito importante é que
a movimentação e o transporte de obesos precisam ser minuciosamente avaliados e
planeados, usando-se, sempre que possível, auxílios mecânicos.
2. Preparação do ambiente e dos equipamentos
Considerando-se que determinados aspetos
ergonómicos do posto de trabalho podem prejudicar atividades ocupacionais, tais
como os procedimentos relacionados com movimentação e transporte abordam-se,
nessa parte, os principais cuidados que necessitam ser observados:
•
Verificar se o espaço físico é adequado para não restringir os movimentos
•
Examinar o local e remover os obstáculos
•
Observar a disposição do mobiliário
•
Obter condições seguras em relação ao piso
•
Colocar o suporte de soro ao lado da cama, quando necessário
•
Elevar ou baixar a altura da cama, para ficar no mesmo nível da maca
•
Travar as rodas da cama, maca e cadeira de rodas ou solicitar auxílio adicional
•
Adaptar a altura da cama ao trabalhador e ao tipo de procedimento que será
realizado
Devem-se, também, utilizar equipamentos auxiliares
e adaptar as condições do ambiente a cada paciente em particular. Neste caso,
pode ser necessário:
•
Colocar barras de apoio em casas de banho
•
Elevara altura da sanita
•
Utilizar cadeira de rodas própria para banho ou higiene.
3. Preparação da equipa
Existem algumas orientações, especificamente
relacionadas com os princípios básicos de mecânica corporal, que devem ser
utilizadas pelo pessoal de auxílio durante a manipulação de pacientes.
•
Deixar os pés afastados e totalmente apoiados no chão
•
Trabalhar com segurança e com calma
•
Manter as costas eretas
•
Usar o peso corporal como um contrapeso ao do paciente
•
Fletir os joelhos em vez de curvar a coluna
•
Baixar a cabeceira da cama ao mover um paciente para cima
•
Utilizar movimentos sincronizados
•
Trabalhar o mais próximo possível do corpo do paciente, que deverá ser erguido
ou movido
•
Usar uniformes que permitam liberdade de movimentos e sapatos apropriados
•
Realizar a manipulação de pacientes com a ajuda de, pelo menos, duas pessoas.
4. Movimentação de doentes na cama
Deve lembrar-se que o paciente deve ser estimulado
a movimentar-se de uma forma independente, sempre que não existirem
contraindicações nesse sentido. Outro ponto que não pode ser esquecido é
procurar ter à disposição camas e colchões apropriados, dependendo das
condições e necessidades do doente. O ideal são camas com altura regulável, que
possam ser ajustadas, dependendo do procedimento que será realizado.
Durante a movimentação, deve-se, sempre que
possível, utilizar elementos auxiliares, tais como: barra tipo trapézio no
leito, plástico antiderrapante para os pés, plásticos facilitadores de
movimentos, entre outros.
4.1
Colocar ou retirar ajudas
Quando o paciente pode auxiliar, deve-se utilizar
o trapézio, no leito, e solicitar que eleve a bacia, evitando-se assim, a
necessidade de erguê-lo (Figura 1):
4.2
Trazer o doente para um dos lados da cama
É de lembrar que a movimentação no leito deve ser
realizada, preferencialmente, por duas pessoas, seguindo-se os seguintes passos
(Figura 2):
• As duas pessoas devem ficar do mesmo lado da
cama, de frente para o paciente
• Permanecer com uma das pernas em frente da
outra, com os joelhos e quadris fletidos, trazendo os braços ao nível da cama:
• a primeira pessoa coloca um dos braços sob a
cabeça e, o outro, na região lombar
• a segunda pessoa coloca um dos braços também sob
a região lombar e, o outro, na região posterior da coxa
• Trazer o paciente, de um modo coordenado, para
este lado da cama
Se for necessário mover o paciente sem ajuda, deve-se
fazê-lo em etapas, utilizando-se o peso do corpo como um contrapeso e plásticos
facilitadores de movimentos.
4.3
Colocar o paciente em decúbito lateral
Quando
o paciente não é obeso, podem-se seguir as seguintes fases (Figura 3):
•
Permanecer do lado para o qual se vai virar a pessoa
•
Cruzar o braço e a perna no sentido em que ele vai ser virado, dobrando o
joelho. Observar o posicionamento do outro braço
•
Fazer o paciente virar a cabeça na sua direção
•
Rolar a pessoa gentilmente, utilizando o ombro e o seu joelho como alavancas
Uma outra forma de realizar esse procedimento é
com a utilização de plásticos deslizantes e resistentes, da seguinte forma
(Figura 4):
• Virar o paciente e colocar o plástico sob o seu
corpo. Voltar o paciente e puxar o plástico
• Ficar no lado oposto ao que o paciente será
virado
• Puxar o plástico, movendo o paciente na sua
direção e para a beira da cama. Manter as costas eretas e utilizar o peso do
seu corpo
• Elevar o plástico, fazendo o paciente virar cuidadosamente.
Manter, no lado oposto da cama, uma grade de proteção
4.4 Movimentar o doente, em posição de decúbito
dorsal, para a cabeceira da cama.
Se o paciente tem condições físicas, ele pode
mover-se sozinho, com a ajuda de um trapézio. O cliente dobra os joelhos e dá
um impulso, tendo como apoio um plástico antiderrapante sob os seus pés (Figura
5b) ou uma pessoa segurando-os (Figura 5a). Pode-se também colocar um plástico
deslizante sob as costas e a cabeça do paciente.
Uma
outra maneira de movimentação independente é colocar um plástico deslizante sob
o corpo do paciente e pedir que ele realize o mesmo impulso com os pés (Figura
6).
Quando
o paciente não pode colaborar, uma alternativa é seguir os seguintes passos
(Figura 7):
•
Deixar a cama em posição horizontal
•
Colocar um travesseiro na cabeceira da cama
•
Colocar um lençol ou plástico deslizante sob o corpo do paciente
•
Estarem duas pessoas, uma de cada lado do leito, e olhando em direção dos pés
da cama
•
Segurar firmemente no lençol ou plástico e, num movimento ritmado, movimentar o
paciente
Se a altura da cama for regulável, pode-se
proceder da seguinte maneira (Figura 8):
• Baixar a altura da cama de tal forma que os
trabalhadores de enfermagem possam colocar um joelho na cama e manter a outra
perna firmemente no chão
• Segurar o plástico e, de uma forma coordenada,
sentar-se sobre os seus calcanhares, movendo ao mesmo tempo o doente
4.5 Movimentar o doente em posição sentada para a
cabeceira da cama
O paciente deve ser encorajado a movimentar-se
sozinho, com a ajuda de um plástico facilitador de movimentos. Neste caso, o
paciente fica sentado sobre o plástico, podendo deslizar com o auxílio de
blocos de mão antiderrapantes (Figura 9)
Ele pode, também, receber a ajuda de uma pessoa,
que segura os seus pés, estando as suas pernas dobradas. Neste caso, o doente
apoia uma mão de cada lado do corpo e ele próprio dá um impulso, ao endireitar
as pernas (Figura 10).
Quando o paciente não pode colaborar, duas pessoas
devem realizar o procedimento. Deve-se também usar um plástico deslizante e
procede-se da seguinte maneira (Figuras 11a e 11b):
• As duas pessoas devem ficar uma de cada lado do
leito, olhando na mesma direção
• Baixar a altura da cama, de uma forma tal que os
trabalhadores de enfermagem possam colocar um joelho na cama, mantendo a outra
perna firmemente no chão
• Segurar a mão do paciente com uma das mãos e
agarrar no local apropriado do plástico com a outra
• Fazendo um movimento coordenado, sentar-se sobre
os calcanhares, movendo, ao mesmo, tempo o doente. Repetir o procedimento, se
for necessário
Fig.11 a
4.6 Sentar o paciente no leito
O doente deve ser encorajado a sentar-se sozinho,
ficando de lado e levantando-se com a ajuda dos braços.
Podem, também, utilizar-se materiais simples, como
uma corda com nós ou uma escada de cordas que, fixadas nos pés da cama,
permitem que o doente se sente sem ajuda (Figura 12).
Quando o doente é auxiliado por outra pessoa, pode
fazer-se da seguinte forma (Figuras 13a e 13b):
• A pessoa fica de frente para o paciente,
colocando um dos seus joelhos ao nível da bacia do paciente e sentando-se sobre
seu próprio tornozelo
• Segurar no cotovelo do paciente, que também se
apoia no cotovelo da pessoa. O paciente deve sentar-se apoiando-se na pessoa
Se o paciente não consegue auxiliar, uma outra
alternativa é realizar o procedimento com duas pessoas, da seguinte maneira
(Figura 14):
• Permanecer uma pessoa de cada lado da cama,
olhando na direção da cabeceira
• Ficar ajoelhada, mantendo o joelho ao nível da
bacia do doente
• Segurar nos cotovelos e trazer o paciente para
frente, enquanto se senta nos seus calcanhares. Pode-se usar, como um auxílio
desta manobra, uma toalha resistente, que é colocada nas costas do paciente
4.7 Sentar o paciente na beira da cama
No caso de o doente estar deitado, seguir os
seguintes passos (Figura 15):
• Colocar o paciente em decúbito lateral, sobre um
plástico deslizante, e de frente para o lado em que vai se sentar
• Elevar a cabeceira da cama
• Uma pessoa apoia a região dorsal e o ombro do
paciente e a outra segura os membros inferiores
• De uma forma coordenada, elevar e girar o
paciente até ele ficar sentado
Uma outra alternativa é levantar o paciente,
apoiando no cotovelo, como descrito anteriormente, estando o doente sobre um
plástico deslizante. Depois, mover os seus membros inferiores para fora do
leito (Figura 16)
5.
Transporte de pacientes
O transporte de pacientes deve ser realizado com a
ajuda de elementos auxiliares, tais como cintos e pranchas de transferência,
discos giratórios e auxílios mecânicos
5.1 Auxiliar o doente a levantar-se da cadeira ou
da poltrona
Neste procedimento, é muito importante selecionar
as cadeiras ou poltronas de acordo com as necessidades de cada pessoa, tendo em
consideração a promoção do conforto e independência. Não se deve esquecer
também os equipamentos auxiliares, como andarilhos e bengalas.
Quando o paciente necessita de ajuda, deve-se usar
um cinto de transferência e proceder da seguinte maneira (Figuras 17a e 17b):
• Colocar o doente para a frente da cadeira,
puxando-o alternadamente pela bacia
• Permanecer ao lado da cadeira, olhando para o
mesmo lado que o paciente
• O doente deve colocar uma mão no braço mais
distante da cadeira e a outra é apoiada na mão do trabalhador de enfermagem.
Com o outro braço, o trabalhador circunda a cintura do paciente, segurando no
cinto de transferência
• Levantar de uma forma coordenada, com movimentos
de balanço.
Dependendo das condições do cliente, pode ser
necessária a participação de uma outra pessoa, do outro lado da cadeira
5.2
Auxiliar o doente a andar
É importante fazer uma avaliação cuidadosa para
verificar se o doente tem condições de andar. A pessoa deve permanecer bem
próxima do paciente, do lado em que ele apresenta alguma deficiência, colocando
um braço em volta da cintura e o outro apoiando a mão. O ideal, nestes casos, é
utilizar um cinto especial, colocado na cintura do paciente (Figura 18).
5.3
Transferir o doente do leito para uma poltrona ou cadeira de rodas
O paciente pode executar essa transferência de uma
forma independente ou com uma pequena ajuda, utilizando uma tábua de
transferência, da seguinte maneira (Figuras 19a e 19b):
•
Posicionar a cadeira próxima à cama. Elas devem ter a mesma altura
•
Travar a cadeira e o leito, remover o braço da cadeira e elevar o apoio dos pés
•
Posicionar a tábua apoiada seguramente entre a cama e a cadeira
Um outro modo é usar o cinto de transferência,
seguindo-se os passos (Figuras 20a, 20b, 20c e 20d):
• Colocar a cadeira ao lado da cama, com as costas
para o pé da cama
• Travar as rodas e levantar o apoio para os pés
• Sentar o doente na beira da cama
• Calçar o doente com sapatos ou chinelos
antiderrapantes
• Segurar o doente pela cintura, auxiliando-o a
levantar-se, virar-se e sentar-se na cadeira
5.4 Na transferência do paciente do leito para uma
maca, não existe uma maneira segura para realiza-la de forma manual. Existem
equipamentos que devem ser utilizados, como as pranchas e os plásticos
resistentes de transferências nesse caso, o paciente deve ser virado para que se
acomode o material sob ele. Volta-se o paciente para a posição de decúbito
dorsal, puxando-o para a maca com a ajuda do material ou do lençol (Figuras 21a
e 21b). Devem participar deste procedimento quantas pessoas forem necessárias,
dependendo das condições e do peso do doente. Nunca esquecer de travar as rodas
da cama e da maca e de ajustar sua altura.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Organizações e autores internacionais têm
procurado despertar a atenção sobre a importância das orientações, com um
enfoque ergonómico, sobre os procedimentos de movimentação e transferência de
pessoas. A implementação de treino e reciclagem é parte obrigatória dos
programas de prevenção de lesões músculo-esqueléticas entre os trabalhadores da
saúde. Esses procedimentos devem ser aprendidos e praticados de uma forma
planeada e sistemática.
Adaptado
de: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v34n2/v34n2a06.pdf
Por
último a professora apresentou um PowerPoint sobre a transferência de doentes
onde referiu os seguintes tópicos :
ü Posicionamentos ;
ü Zonas mais suspetíveis de pressão ;
ü Posicionamento em decúbito dorsal (
barriga para cima )
ü Pessoal totalmente dependente e semi
– dependente ;
ü Posicionamento em decúbito lateral (
deitada de lado ) ;
Transferências ( procedimento padrão para
executar uma transferência
Conclusão :
A professora não acabou por
apresentar todo o PowerPoint , devido à falta de tempo .
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