Lições nº 19 e 20 4/10/2013
Sumario: Realização de uma ficha de trabalho sobre prevenção e controlo de infeções relacionadas com o processamento das roupas hospitalares.
Nesta aula os alunos estiveram a resolver uma ficha de trabalho que servirá como um elemento de avaliação para o módulo 4.
A ficha seguir-se-á bem como as respetivas respostas.
M4: Prevenção e controlo da infeção na higienização de roupas, espaços, materiais e equipamentos – unidade 3- Roupas
Nesta aula os alunos estiveram a resolver uma ficha de trabalho que servirá como um elemento de avaliação para o módulo 4.
A ficha seguir-se-á bem como as respetivas respostas.
ESCOLA SECUNDÁRIA AFONSO LOPES VIERIRA
CURSO
PROFISSIONAL DE TÉCNICO AUXILIAR DE SAÚDE
Higiene Segurança e Cuidados Gerais
Ano Letivo: 2012/13
M4: Prevenção e controlo da infeção na higienização de roupas, espaços, materiais e equipamentos – unidade 3- Roupas
Lê o texto com atenção e responde às questões apresentadas no
final.
PREVENÇÃO E CONTROLE DE INFEÇÕES RELACIONADAS COM O PROCESSAMENTO DAS ROUPAS HOSPITALARES
As roupas
hospitalares representam todo e qualquer material de tecido utilizado dentro de
hospitais e que necessitam passar por um processo de lavagem e secagem para a
sua reutilização.
Roupas
hospitalares, por exemplo, incluem lençóis, fronhas, cobertores, toalhas,
colchas, cortinas, roupas de pacientes e roupas de funcionários, fraldas,
compressas, máscaras, aventais, gorros, panos de limpeza, entre outros.
Através desses
exemplos, pode perceber-se a grande variedade, origem, diferentes utilizações,
sujidades e contaminação das roupas utilizadas dentro de hospitais.
As roupas
hospitalares diferem daquelas utilizadas noutros tipos de
instituições ou nas residências porque estas podem apresentar-se contaminados
com sangue, secreções ou excreções de pacientes em maior quantidade de
contaminação e volume de roupa, mas não de uma forma diferente das
sujidades encontradas nas roupas da comunidade em geral.
O processamento das roupas
hospitalares abrange todas as etapas pelas quais as roupas passam, desde sua
utilização até seu retorno em condições ideais de reutilização.
Estas etapas estão
geralmente divididas em:
1.1. Seleção,
acondicionamento, recolha e transporte da roupa suja
utilizada nos diferentes setores do hospital;
1.2. Receção
e lavagem da roupa suja na lavandaria;
1.3. Secagem
e dobragem da roupa limpa;
1.4. separação
e transporte da roupa limpa da lavandaria para os diversos setores do
hospital;
1.4. Armazenamento
e controle de stock da roupa
limpa nos vários setores do hospital.
Também podem estar
incluídas neste processo, a confeção e o reparo (remendo) das roupas.
A lavandaria
hospitalar tem o objetivo de transformar toda a roupa suja ou contaminada
utilizada no hospital, em roupa limpa. Este processo é extremamente importante para
o bom funcionamento do hospital em relação à assistência direta ou indireta
prestada ao paciente. O processamento de roupas dentro dos hospitais deve
ser dirigido para que a roupa não represente um veículo de infeção,
contaminação ou mesmo irritação aos pacientes e trabalhadores.
2. Contaminação da
roupa utilizada dentro de hospitais
A contaminação da
roupa hospitalar depende basicamente da sua sujidade e da proveniência desta
sujidade. Roupas sujas de fezes, secreções purulentas, urina, sangue, secreções
vaginais, uretrais, gástricas e outras secreções e excreções corporais,
apresentarão uma maior quantidade de microrganismos do que roupas
com sujidade não proveniente de pacientes, como é o caso de roupas sujas com
alimentos, líquidos diversos, poeiras, etc. Quanto maior a quantidade da
sujidade (matéria orgânica), também maior será a quantidade de microrganismos
presentes na roupa suja.
Um estudo feito
por Church e Loosli, da Universidade de Chicago, em 1953, demonstrou que roupas
hospitalares sujas apresentavam uma média de 2x10.000 bactérias/100 cm2.
Os lençóis, fronhas e roupas de pacientes apresentavam maior contaminação do
que colchas e cobertores. Lençóis de baixo ou inferiores apresentavam maior
número de bactérias do que os superiores e a parte junto à cabeceira das roupas
de cama também demonstrou maior contaminação do que a parte dos pés da cama.
Mesmo que o processo de lavagem,
centrifugação, secagem e passagem a ferro da roupa sejam os mais adequados
possíveis, o resultado final não representa a eliminação total de
microrganismos, já que não é um processo de esterilização.
Num estudo feito
por Arnold, em 1938, as contagens de bactérias, nas suas mais diversas formas,
caíram para zero após o último processo, o de passagem a ferro da roupa,
restando apenas as formas esporuladas.
A meta principal a
ser atingida após o processamento da roupa deve ser a redução das contagens
microbianas para níveis aceitáveis, ou seja, livre de microrganismos
patogénicos em quantidade e qualidade suficientes para transmitir doenças.
As contagens de
microrganismos na roupa limpa aumentam, entretanto, com o passar dos dias,
dependendo das condições de transporte e armazenamento. A análise da roupa
limpa colocada sobre camas, apresentou, num estudo, aumento de contaminação
após 2 a
10 dias sem uso, principalmente as roupas mais expostas.
3. Risco de
aquisição de infeções hospitalares através das roupas
Parece claro que a adoção de rotinas
adequadas quanto à recolha, transporte e processamento da roupa
suja, distribuição e armazenamento da roupa limpa, além da proteção adequada
dos funcionários que manuseiam a roupa suja, deveria prevenir qualquer fonte
potencial de infeção cruzada.
O eficiente
processamento das roupas hospitalares depende basicamente de uma boa
operacionalização do serviço, da adequada área física e equipamentos, de uma
administração competente e da formação dos trabalhadores. A operacionalização
da lavandaria abrange todo o circuito da roupa, desde sua utilização nas
diversas unidades do hospital, separação e acondicionamento da roupa suja
nestas unidades, recolha e transporte, até à sua redistribuição e armazenamento
após o devido processamento.
4. Cobertores como
fontes de contaminação
Os cobertores
podem frequentemente representar mais uma fonte de contaminação, uma vez que
não são substituídos diariamente, nem lavados com muita frequência. Estudos
feitos em Curitiba mostraram que, de uma amostra de 28 cobertores, 100% estavam
contaminados, independente de estar em uso ou não. A recomendação, portanto,
seria a lavagem dos cobertores após a alta e após qualquer contaminação
evidente.
5. Esterilização
das roupas hospitalares
Como já foi citado
anteriormente, o processamento normal da roupa não resulta na eliminação total
dos microrganismos, especialmente das formas esporuladas. Para isto, seria
necessário um processo de esterilização, preferencialmente através de autoclave
a vapor e pressão.
Quando existe
possibilidade da roupa entrar em contato com pele não íntegra, mucosas e
tecidos expostos, necessariamente deve ser prevista a sua esterilização. Isto
aplica-se para procedimentos cirúrgicos, procedimentos invasivos, nas
queimaduras e em outras situações em que ocorra a quebra da barreira de
proteção da pele.
Mesmo em pacientes
imunodeprimidos, a necessidade de esterilização das roupas aplica-se somente
nas situações relatadas anteriormente.
O processamento da
roupa num ambiente único dentro de lavandarias hospitalares pode propiciar a
recontaminação constante da roupa limpa. Um grande número de microrganismos são
lançados ao ar durante o processo de separação da roupa suja, contaminando todo
o ambiente circundante.
Assim, é indispensável na área física a
existência de uma barreira de contaminação, separando a área suja da lavandaria
(separação e lavagem da roupa), da área limpa (acabamento e armazenamento da
roupa).
Essa barreira de
contaminação só será realmente eficiente se existirem máquinas de lavagem de
roupa com duas portas de acesso, uma para cada área. Nos hospitais de pequeno
tamanho, que utilizam ainda as máquinas tradicionais, a barreira de
contaminação pode ser efetivada pela delimitação de uma área física especial,
ou seja, um espaço intermediário. Neste caso, a área de lavagem estará
compreendida entre as áreas de separação (suja) e de acabamento (limpa).
Os equipamentos
mínimos necessários para o bom funcionamento de uma lavandaria são: máquinas de
lavar roupa, centrifugadoras, secadoras, prensas e máquinas de costura. Além
disso são necessários termómetros, termostatos e cronómetros.
Não menos
importante é uma rede de esgotos viável, energia elétrica suficiente, iluminação,
ventilação e exaustão adequada, além de caldeiras, para aquecimento da grande
quantidade de água necessária, e ar comprimido para as máquinas.
Todas as janelas
da lavandaria deveriam ser providas de tela, para evitar entrada de
insetos.
8. Qualidade da água utilizada
em lavandarias
A qualidade da
água utilizada em lavandarias é muito importante para o processo da lavagem. A
análise e tratamento da água são indispensáveis, a mesma não deve conter sais
de cálcio e magnésio, ferro, manganês ou matéria orgânica.
A seleção dos
diferentes tipos de roupa suja, para escolha do método de lavagem adequado, não
deveria ser feita na lavandaria, mas no momento do seu acondicionamento nas
unidades ou enfermarias. Os sacos de recolha já deveriam conter identificação
quanto ao tipo de roupa que contêm, roupas muito sujas, muito contaminadas, ou
roupas levemente sujas, pouco contaminadas.
Várias publicações
têm recomendado e demonstrado que não é necessário separar a roupa proveniente
de pacientes em isolamentos, ou seja, pacientes reconhecidamente infetados, já
que o potencial de contaminação é o mesmo para qualquer roupa que contenha
muita sujidade com matéria orgânica (sangue, urina, fezes, secreções e
excreções corporais) de qualquer paciente.
Portanto, deve ser
considerada contaminada, ou muito suja, toda e qualquer roupa que apresentar
sujidade aparente de sangue, fluidos, urina, fezes, etc...
A roupa que não
apresentar este tipo de sujidade aparente pode ser considerada não contaminada
ou levemente suja. Uma boa forma de caracterização da roupa muito suja, ou
muito contaminada, seria a sua colocação num saco plástico, dentro do saco de
recolha, o que inclusive colabora para o não derramamento e extravasamento de
sujidades líquidas através do saco de tecido (saco de recolha) e maior
contaminação do ar durante o transporte.
Outras
recomendações sugerem a identificação dos sacos de recolha com diferentes cores
para cada tipo de roupa ou até para diferentes locais de procedência da roupa.
10. Rotinas de
recolha e transporte da roupa suja
O transporte da
roupa usada no hospital é um problema muito sério. Trata-se de material contaminado
que pode disseminar infeções e trata-se de um volume e peso considerável a ser
transportado diariamente, com intensa manipulação dentro das diversas áreas do
hospital e dentro da própria lavandaria.
Quanto às rotinas
de recolha e transporte da roupa hospitalar, recomenda-se que:
- A roupa suja
deve ser manuseada e sacudida o menos possível, devendo ser transportada ao
serviço de lavandaria em sacos resistentes e bem vedados.
- As roupas sujas
devem ser colocadas nas unidades e enfermarias em sacos de recolha e guardadas
em sala específica para materiais sujos.
- Roupas muito
sujas com matéria orgânica devem ser acondicionadas com sacos plásticos dentro
dos sacos de recolha, para evitar extravasamento e risco de contaminação
ambiental.
- Os sacos de
recolha contendo roupa suja devem ser recolhidas pelo pessoal da lavandaria, no
mínimo 3 vezes ao dia, para evitar o seu acúmulo nas unidades.
- O transporte da
roupa suja deve ser feito em carros grandes com rodas, dentro dos setores do
hospital.
- Os carros de
transporte de roupa suja devem ser devidamente identificados, para
diferenciá-los dos carros usados para o transporte de roupa limpa, a fim de se
evitar uma troca acidental.
- Todos locais e
carros utilizados para a recolha e transporte da roupa devem ser diariamente
lavados com água e sabão.
-
Preferencialmente, o fluxo de transporte da roupa suja não deve coincidir com o
fluxo da roupa limpa.
Na área de
separação, a roupa suja é separada para ser colocada na máquina. O manuseio da
roupa suja deve ser o mínimo possível, apenas o necessário para a perfeita
colocação das roupas na máquina e para a identificação de objetos estranhos
colocados erradamente nos sacos de recolha. Seria recomendável o uso de um
detetor de metais, para evitar o manuseio excessivo. As roupas não deveriam ser
contadas, também para evitar mais manuseio.
Os funcionários
responsáveis pela receção, separação e seleção da roupa suja devem usar farda
especial que os proteja do contato com a roupa suja, ou seja, avental
impermeável, luvas de borracha, gorro, botas de borracha, máscaras e óculos de
proteção.
Apesar das maiores
evidências relacionarem os riscos de transmissão de infeções para os
funcionários através do contato da pele com as roupas contaminadas, as outras
formas de transmissão não podem ser negligenciadas, como a transmissão pelo ar
ou pelo espiro de secreções em mucosas (olhos, boca, etc.), daí a importância
do uso de máscaras e óculos de proteção. É importante também lembrar do risco
de transmissão de infeções em cabelos e pelos, causadas por parasitas, como por
exemplo pediculose, especialmente para trabalhadores homens que têm barba. As
infeções mais comuns em funcionários da lavandaria são pediculoses em cabelos e
barbas, escabioses e conjuntivites, muito provavelmente causadas pela falha no
uso de equipamentos de proteção.
A frequente
lavagem de mãos pelo pessoal que manuseia com roupa suja também é essencial
para a prevenção das infeções.
Os acidentes
perfuro-cortantes representam um sério risco de aquisição de infeções
transmitidas pelo sangue e outros fluidos corporais (vírus HIV, hepatites e
outros) para os funcionários que manuseiam com a roupa suja, nas quais podem
ter sido inadvertidamente desprezadas agulhas ou outros materiais cortantes
contaminados. Medidas de precauções universais tem sido amplamente recomendadas
para a diminuição destes riscos.
Os sacos de
recolha de roupa contendo roupa suja deveriam possuir identificação da unidade
de procedência. No caso de serem encontrados objetos estranhos dentro dos
sacos, as unidades poderiam ser
avisadas, como medida educacional, no sentido de evitar que estas falhas se
repitam, colocando em risco a saúde ocupacional dos funcionários da lavandaria,
além de danificar roupas e máquinas. Recomendações deste tipo têm sido
utilizadas em vários hospitais e podem, a princípio parecer duras, mas são
extremamente necessárias.
12. Classificação da sujidade
É importante
classificar a sujidade para se adotar o método correto de eliminá-la. De forma
geral as sujidades classificam-se em:
- Sujidades
solúveis na água (açúcares, sais, sumos de frutas, corantes, etc...): a sua
eliminação efetua-se basicamente por enxaguamento.
- Sujidades
saponificáveis (matérias gordurosas): a ação do calor, combinada com a dos
álcalis e a agitação mecânica, amolece as gorduras, saponifica-as e remove-as.
- Sujidades
emulsionáveis (óleos minerais): a sua estrutura química só permite sua
eliminação através da emulsão, por ação de detergentes tensioativos.
- Sujidades
eliminadas por via física (areia, fuligem, poeira,...): a sua eliminação ocorre
pela ação mecânica combinada com o poder hidratante de um produto tenso ativo.
- Sujidades
eliminadas por descoloração (chá, café, vinho, medicamentos,...): não são
removíveis pois tingem a fibra. É necessário, então, destruir a cor através de
agentes de branqueamento (hipoclorito de sódio, perborato de sódio e outros).
- Sujidades ou
matérias albuminoides (albumina, sangue, plasma,...): coagulam e dissolvem-se
através do calor e soluções alcalinas.
A lavagem é o
processo que consiste na eliminação da sujidade fixada na roupa, deixando-a com
aspeto e cheiro agradáveis, confortável para o uso e com níveis microbiológicos
reduzidos aos limites aceitáveis.
Existem vários
processos de lavagem de roupa, daí a necessidade da classificação da mesma, que
é feita dependendo do grau de sujidade, do tipo de tecido e do tipo de
equipamento.
O processo de
lavagem mecânica da roupa associado ao uso de água quente e detergente efetivos
é essencial para remover a contaminação bacteriana da roupa. Um termómetro
deveria ser usado para medir a temperatura da água. Temperaturas da água acima
de 71ºC durante 25 minutos têm sido recomendadas, desde os estudos de Arnold.
Outras publicações recomendam temperaturas de 80, 85 a 95ºC durante 15 minutos.
Outro estudo
interessante sugere a ineficácia das lavagens a seco na redução e eliminação de
muitos microrganismos, especialmente alguns tipos de vírus.
Todos estes
estudos, apesar de ainda questionáveis, tem merecido particular atenção para
futuras propostas de novos métodos de lavagem, não só levando em conta a
descontaminação da roupa, como na tentativa de diminuir o tempo nos processos
de lavagem e a diminuição da danificação e presença de resíduos tóxicos e
irritantes na roupa.
Cada fase dentro
das máquinas de lavagem da roupa deve seguir padrões de temperatura e tempo bem
definidos. As temperaturas mais elevadas ocorrem na fase de lavagem, devendo a
água permanecer em temperaturas mais baixas durante as demais fases, para não
danificar excessivamente a roupa.
Basicamente,
deve-se distinguir os processos de lavagem em ciclos para lavagem de roupa com
sujidade leve ou sujidade pesada, dependendo da quantidade de sujidade aparente
na roupa. Toda roupa com mais de três pontos de sujidade visível de sangue,
fezes, urina, secreções e outros fluidos já pode ser considerada roupa de
sujidade elevada.
Ciclo para
lavagem de roupa com sujidade leve
|
Ciclo para lavagem
de roupa com sujidade elevada
|
-
lavagem
-
desinfeção
-
1º enxaguamento e 2º enxaguamento
-
acidulação
-
amaciador/desinfeção
|
- hidratação
-
1º enxaguamento e 2º enxaguamento
-
pré-lavagens
-
enxaguamento
-
desinfeção
-
lavagem
-
1º enxaguamento e 2º enxaguamento
-
acidulação
-
amaciador/desinfeção
|
Os produtos
químicos utilizados na fase de lavagem são o sabão (soda cáustica + ácidos
gordos) ou detergentes sintéticos (soda cáustica + ácido duodecil
benzenosulfato).
Durante a
desinfeção são utilizados produtos que contém cloro, como hipoclorito de sódio
ou perbonato de sódio. Esta fase colabora para o branqueamento da roupa e
fundamentalmente para a redução da sua contaminação microbiana.
A acidulação
consiste em adicionar um produto ácido, em geral a base de ácido acético, para
baixar o pH e neutralizar os resíduos alcalinos da roupa.
Na última fase, de
amaciamento, adicionam-se produtos à base de glicerina para produzir o
amolecimento ou elasticidade das fibras, tornando o tecido suave e macio.
Na fase de
secagem, a temperatura da máquina varia de 20 a 150ºC. Os filtros da máquina
secadora devem ser limpos a cada processo de secagem, pois o acúmulo de penugem
e poeira nestes filtros poderia recontaminar a roupa ou espalhar-se para o
ambiente.
As máquinas que
fazem todas as operações inclusive a secagem, são as mais indicadas na
prevenção contra a contaminação, pois evitam o transporte da roupa já lavada de
uma máquina para outra, por exemplo, da máquina de lavar para a máquina
secadora e daí para a passagem a ferro.
Após a operação de
lavagem, a roupa passa por processos de centrifugação, secagem e prensagem.
Todos estes processos se efetuam na área limpa da lavandaria. É fundamental que
os funcionários desta área não entrem em contato com os outros que
trabalham na área suja. Os funcionários da área limpa devem usar
uniformes específicos para esta área. Também não devem existir correntes de ar
entre as áreas suja e limpa.
A centrifugação representa um ponto
de recontaminação da roupa, devido ao facto de que a centrifugadora aspira
centenas de metros cúbicos de ar ambiente, se este estiver contaminado
necessariamente aumentará o número de microrganismos na roupa.
O quadro seguinte,
extraído dos estudos de Church e Loosli, demonstra claramente a centrifugação
como ponto de recontaminação:
Etapas Microrganismos por cm2 de tecido
antes da
lavagem 2.000
após a
lavagem 10
após a
centrifugação 2.300
após a
calandragem 30
A fase de passagem
a ferro é extremamente necessária no processo de descontaminação da roupa. A
temperatura deve chegar a 160ºC.
15. Rotinas de
distribuição e stoke da roupa limpa
A roupa
limpa deve ser transportada de forma a evitar a recontaminação,
através de carro fechado, não permitindo a entrada de poeira durante o
transporte. Não deve ser utilizado o mesmo carro de transporte da roupa suja.
Durante o
armazenamento, deve-se evitar a recontaminação da roupa limpa, isolando-a dos
locais da roupa suja. O local para armazenagem da roupa limpa deve estar
protegido de intensa circulação de ar, em salas limpas, fechadas. Os armários
para guardar a roupa limpa devem ser fechados, não permitindo entrada de poeira
e insetos.
Quanto maior o
período de armazenamento, maior a probabilidade de recontaminação da roupa. O
período de armazenamento, por convenção, poderia, então, ser estabelecido em 24
a 48 horas.
O armazenamento da
maior parte da roupa limpa deve ser centralizado na lavandaria. As unidades ou
enfermarias devem possuir uma quantidade de roupa para mais ou menos 24 a 48
horas. A distribuição da roupa limpa deveria, portanto, ser feita 1 vez ao dia
para o armazém principal e, se necessário, outras vezes para complementar.
A opção pelo uso
de roupas descartáveis deve ser avaliada do ponto de vista económico, pelo
facto de ser prático, qualidade, capacidade operacional da lavandaria, espaço
para armazenamento, além de outros. Dependerá, obviamente, dos recursos
disponíveis em cada instituição.
Atualmente
encontramos disponível no mercado nacional diversos tipos de pequenos itens de
roupa hospitalar a preços acessíveis, como por exemplo, máscaras, gorros,
propés, fraldas. A confeção e processamento destes acessórios pode tornar-se
mais demorada, mais trabalhosa e resultar numa menor qualidade e segurança, do
que o uso de descartáveis.
Responde às seguintes questões:
1-
Indique o local ideal,
num hospital, para separar as roupas sujas das limpas.
R. O local ideal para
separar as roupas sujas das roupas
limpar, num Hospital é a Lavandaria.
2- Ordene do geralmente
mais contaminado para o menos: lençóis
de baixo junto à cabeceira, lençóis de baixo junto aos pés, cobertores e
colchas, lençóis de cima e roupas do paciente.
R: . Roupas do paciente.
Lençóis de baixo junto à cabeceira, lençóis de baixo junto aos pés, cobertores
e colchas.
3- Indique a principal
regra que deve existir na divisão do espaço físico de uma lavandaria
hospitalar.
R: Numa lavandaria é estritamente
indispensável que exista uma barreira física que divida a área da roupa limpa
da área da roupa suja.
4- Explique por que razão
é de toda a importância uso de máscaras e óculos
de proteção na separação da roupa suja.
R: A razão pela qual é
obrigatório o uso de máscara e óculos de proteção individual é que as roupas
estão contaminadas e são uma fonte de contaminação. Apesar das maiores evidências relacionarem os riscos de transmissão de infeções para os funcionários através do contacto da pele com as roupas contaminadas, as outras formas de transmissão não podem ser negligenciadas, como a transmissão pelo ar ou pelo espirro de secreções em mucosas (olhos, boca, etc.),Caso não usemos este tipo
de equipamentos estamos expostos a um risco
de nos contaminar
5- Descreva o que deve ser considerada roupa
suja.
R: Num hospital, roupas sujas são todo e qualquer material que
esteja contaminado e não só o contaminado com sangue, secreções ou excreções de pacientes, que
necessite passar por um processo de lavagem e secagem para a sua reutilização.
6- Indique quais
as infeções mais comuns em funcionários
da lavandaria.
R: As infeções mais comuns em funcionários da lavandaria são pediculoses em cabelos e barbas, escabioses e conjuntivites, muito provavelmente causadas pela falha no uso de equipamentos de proteção.
7- Enumere os equipamentos mínimos
necessários para o bom funcionamento de uma lavandaria hospitalar.
R: Os
equipamentos mínimos necessários numa lavandaria são:máquinas de lavar a roupa,
centrifugadoras, secadoras, prensas e máquinas de costura mas também
termómetros, termóstato e cronómetros
8- Indique porque é importante classificar a
sujidade da roupa.
R: É necessário classificar a roupa suja para se saber que
tipos de programas e que tipo de produtos devemos utilizar.
9- Indique quais as etapas do processamento da roupa após a lavagem.
R: Após a lavagem a
roupa passa por um processo de centrifugação, de secagem e de prensagem ou passagem a ferro e
alguma roupa pode ir para esterilizar.
10- Indique o período
máximo recomendado de armazenamento da roupa limpa.
R: O período
máximo é entre 24 a 48 horas.
11- Explique por que
razão o processo de centrifugação é fonte de contaminação.
R: Durante o
processo de centrifugação, a centrifugadora aspira muito ar do ambiente e se
este estiver contaminado contaminará a roupa no seu interior.
12- Apresente a diferença entre um ciclo para
lavagem de roupa com sujidade elevada de
um com sujidade leve.
R: Na roupa com sujidade leve é feita a lavagem, desinfeção, 1º
enxaguamento e 2º enxaguamento, acidulação, amaciador e desinfeção. O ciclo de
lavagem da roupa com sujidade elevada possui um ciclo anterior que consisteemé hidratação, 1º e 2º enxaguamentos, pré
lavagens, enxaguamento, desinfeção
13- Transcreva as recomendações das rotinas de recolha e
transporte da roupa hospitalar.
R: As recomendações
são:
- As roupas sujas devem ser
manuseadas e sacudidas o menos possível ;
- a roupa suja deve ser
colocada nas unidades e enfermarias em sacos de recolha e guardadas em salas
especificas para materiais sujos:
- as roupas com matéria
orgânica devem ser acondicionadas com sacos de plástico dentro dos sacos de
recolha;
. Os sacos de recolha que
têm a roupa com matéria orgânica devem ser recolhidas pelo pessoal da
lavandaria no mínimo 3 vezes ao dia;
- O transporte da roupa suja deve ser feito com carros
grandes com rodas;
- Os carros de transporte de
roupa suja devem ser identificados para se poder distinguir dos carros de
transporte de roupa limpa;
- Todos os carros utilizados
para a recolha de roupa suja devem ser lavados, diariamente, com água e sabão.
- O fluxo de transporte de
roupa suja não deve coincidir com o fluxo de transporte de roupa limpa.
14- Explique como os
perfuro-cortantes podem representar um sério risco de aquisição de infeções
transmitidas pelo sangue e outros fluidos corporais numa lavandaria.
R: Os acidentes perfuro-cortantes representam um sério risco de aquisição de infeções transmitidas pelo sangue e outros fluidos corporais ( HIV, hepatites e outros) para os funcionários que manuseiam a roupa suja, nas quais podem ter sido inadvertidamente desprezadas agulhas ou outros materiais cortantes contaminados.
Conclusão: Nesta aula, os alunos, fizeram apenas a ficha de trabalho e alguns deles não chegaram a terminá-la
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