Liço nº 115 e
116
06/02/2013
Sumario:
Começamos por falar sobre a visita de estudo ao Lar Emanuel, e as
diferenças do plano de emergência da nossa escola e do lar. Normas de como
estar na visita de estudo e sobre o que íamos visitar. Depois passamos a
analisar a seguinte ficha :
Verifica-se algumas vezes que os postos de
trabalho não estão bem adaptados às características do operador, quer quanto à
posição da máquina com que trabalha, quer no espaço disponível ou na posição
das ferramentas e materiais que utiliza nas suas funções.
Para estudar as implicações destes
problemas existe uma ciência que avalia as condições de trabalho do operador,
quanto ao esforço que o mesmo realiza para executar as suas tarefas.
Ergonomia é a ciência que procura alcançar o ajustamento mútuo ideal
entre o homem e o seu ambiente de trabalho.
Segundo um conceito Ergonómico a execução
de tarefas deve ser feita com o mínimo de consumo energético de modo a sobrar
"atenção" para o controlo das tarefas e dos produtos, assim como para
a proteção do próprio trabalhador.
Um dos aspetos mais curiosos da Ergonomia
está relacionado com a indústria automóvel em que muitas vezes o
dimensionamento do habitáculo do condutor, varia consoante o país onde o
veículo é comercializado.
Entretanto, se não existir esse ajuste,
teremos a presença de agentes ergonómicos que causam doenças e lesões no
trabalhador.
Os agentes ergonómicos presentes nos
ambientes de trabalho estão relacionados com:
· exigência de esforço físico intenso,
· levantamento e transporte manual de pesos,
· postura inadequada no exercício das atividades,
· exigências rigorosas de produtividade,
· períodos de trabalho prolongadas ou em turnos,
· atividades monótonas ou repetitivas
Movimentos repetitivos dos dedos, das
mãos, dos pés, da cabeça e do tronco produzem monotonia
muscular e levam ao
desenvolvimento de doenças inflamatórias, curáveis em estágios iniciais, mas
complicadas quando não tratadas a tempo, chamadas genericamente de lesões por esforços repetitivos. As doenças que se enquadram
nesse grupo caracterizam-se por causar fadiga
muscular, que gera fortes dores e dificuldade de movimentar os músculos
atingidos. Há registos de que essas doenças já atacavam os escribas e notários,
há séculos. Hoje afetam diversas categorias de profissionais como funcionários
bancários, metalúrgicos, costureiras, pianistas, telefonistas, operadores
informáticos, empacotadores, enfim, todos os profissionais que realizam
movimentos automáticos e repetitivos.
Contra os males provocados pelos agentes
ergonómicos, a melhor arma, como sempre, é a prevenção, o que pode ser
conseguido a partir de:
· Rotação do Pessoal
· Intervalos mais frequentes
· Exercícios compensatórios frequentes para trabalhos repetitivos;
· Exames médicos periódicos
· Evitar esforços superiores a 25 kg para homens e 12 kg para
mulheres
· Postura correta sentado, em pé, ou carregando e levantando pesos
Outros fatores de risco ergonómico podem
ser encontrados em circunstâncias aparentemente impensáveis , como :
· falhas de projeto de máquinas,
· equipamentos, ferramentas, veículos e prédios;
· deficiências de layout ;
· iluminação excessiva ou deficiente;
· uso inadequado de cores;
A ergonomia é assim uma forma de adaptar o
meio envolvente às dimensões e capacidades humanas onde máquinas, dispositivos,
utensílios e o ambiente físico sejam utilizados com o máximo de conforto,
segurança e eficácia.
A análise e intervenção ergonómica
traduz-se em:
· Melhores condições de trabalho
· Menores riscos de incidente e acidente
· Menores custos humanos
· Formação com o objetivo de prevenir
· Maior produtividade
· Otimizar o sistema homem / máquina
Algumas medidas da Ergonomia
o Corpo em Movimento
Tornar os movimentos compatíveis com a
ação. Reduzir o esforço de músculos e Tendões.
o Precisão de movimentos
Ter em atenção a sua amplitude, posição e
quais os membros a utilizar.
o Rapidez dos movimentos
Salientar sinais visuais ou auditivos.
o Esforço estático
Uma cadeira deve fornecer vários pontos de
apoio no corpo humano. Altura do assento regulável. A cadeira deve ter 5 apoios
no chão. Deve ter apoio para os pés sempre que necessário, etc...
o Rampas e Escadas
Para rampas a inclinação deve ser entre 0
e 20 º. Para escadas a inclinação deve ser entre 20 e 50º. Altura mínima do
degrau entre 13 e 20 Cm. Largura mínima do degrau é de 51 Cm. Etc...
o Portas e Tetos
Altura mínima de uma porta é de 200 Cm.
Altura mínima de um tecto é de 200 Cm. Corredor com passagem para 3 pessoas
deve ter largura mínima de 152 Cm.
Requisitos mínimos de segurança na
movimentação manual de cargas
Por movimentação manual de cargas
entende-se qualquer operação de movimentação ou deslocamento voluntário de
cargas, compreendendo as operações fundamentais de elevação, transporte e
descarga.
A ocorrência de acidentes neste tipo de
operação é consequência de movimentos incorretos ou esforços físicos
exagerados, de grandes distâncias de elevação, do abaixamento e transporte, bem
como de períodos insuficientes de repouso, pois estamos em presença, por vezes,
de cargas volumosas.
Riscos
· Queda de objetos sobre os pés;
· Ferimentos causados por marcha sobre, choque contra, ou pancada
por objetos penetrantes;
· Sobre esforços ou movimentos incorretos (de que pode resultar
hérnia discal, rotura de ligamentos. lesões musculares e das articulações);
· Choque com objetos;
· Queda de objetos;
· Entalamento.
Prevenção
· Utilizar de preferência chariots:
· Não transportar em carro de mão cargas longas ou que impeçam a
visão;
· Manter as zonas de movimentação arrumadas;
· Sinalizar as zonas de passagem perigosas;
· Utilizar ferramentas que facilitem o manuseamento da carga;
· Tomar precauções na movimentação de cargas longas;
· Adotar uma posição correta de trabalho, tendo em atenção os
seguintes aspetos:
a) O centro de gravidade do trabalhador deve estar o mais próximo
possível e por cima do centro de gravidade da carga;
b) O equilíbrio do trabalhador que movimenta uma carga depende
essencialmente da posição dos pés, que devem enquadrar a carga;
c) O centro de gravidade do trabalhador deve estar situado sempre no
polígono de sustentação;
d) Adotar um posicionamento correto. Para tal, o dorso deve estar
direito e as pernas fletidas;
e) Usar a força das pernas. Os músculos das pernas devem ser usados
em primeiro lugar em qualquer ação de elevação;
f) Fazer trabalhar os braços em tração simples, isto é, estendidos.
Devem, acima de tudo, suster a carga e não levantá-la;
g) Usar o peso do corpo para reduzir o esforço das pernas e braços;
h) Orientar os pés. Quando uma carga é levantada e em seguida
deslocada, é preciso pôr os pés no sentido que se vai efetuar a marcha, a fim
de encadear o deslocamento com o levantamento;
i) Escolher a direção de impulso da carga. O impulso pode ser usado
para ajudar a deslocar ou empilhar uma carga;
j) Garantir uma posição correta das mãos. Para manipular objetos
pesados ou volumosos, devem usar-se a palma das mãos e a base dos dedos. Quanto
maior for a superfície de contacto das mãos com a carga, maior segurança
existirá. Para favorecer um bom posicionamento das mãos, colocar calços sob as
cargas.
Trabalho em Equipa
Deve ser designado um responsável pela
manobra, que tem como atribuições:
· Avaliar o peso da carga para determinar o número de trabalhadores
necessários;
· Prever o conjunto das operações;
· Explicar a operação;
· Colocar os trabalhadores numa boa posição de trabalho;
· Repartir os trabalhadores por ordem de estatura, o mais baixo à
frente.
Equipamento de Proteção Individual
· Luvas de proteção mecânica;
· Calçado de segurança com proteção;
· Capacete de proteção.
Considerações Importantes
Existe uma formação deficiente acerca dos
movimentos. Os operários que executam estas operações nunca foram ensinados
corretamente.
As vértebras L4-L5 ou L5-S1 (L4,L5
vértebras lombares e S1 vértebra sagrada) são sujeitas a pressões elevadas
quando curvamos o dorso.
Regra de ouro
Manter a coluna vertebral sempre em linha
reta; deste modo, não será exercida pressão naquelas vértebras. A aproximação à
carga deve ser feita o mais próximo do centro de gravidade.
Ergonomia
hospitalar
A análise
ergonómica do trabalho (AET), também em unidades de saúde, tem permitido o
reconhecimento das variáveis humanas e ambientais. Essa variabilidade é gerida,
com maior ou menor sucesso e eficácia, pelos responsáveis (seres humanos) que
asseguram o funcionamento desses sistemas complexos, de acordo com os meios
humanos, tecnológicos e organizacionais que cada instituição de saúde dispõe.
A utilização da Ergonomia e da sua abordagem sistémica e integrada das
situações de trabalho em meio hospitalar ou em outras unidades de saúde, assume
um contributo decisivo para as organizações de saúde e, por consequência para
todos os envolvidos, incluindo as administrações hospitalares, os gestores
operacionais, e, naturalmente, os profissionais de saúde, os doentes e seus
acompanhantes. Nesse contexto, é esperável que a Segurança do Doente integre a
perspetiva ergonómica, nomeadamente:
(1) os contributos do design ergonómico, entre outros, na
concepção dos serviços de saúde e respetivos postos de trabalho e na prevenção
da infeção hospitalar;
(2) o conhecimento sobre as características, capacidades e
limitações humanas, em particular na adequação das exigências de carga física e
mental do trabalho;
(3) os processos de funcionamento do homem em sistemas complexos, em
situações reais de trabalho, valorizando, nessa perspetiva, a componente humana
e, em particular, a sua fiabilidade na deteção, controlo, antecipação e
prevenção de acidentes, erros e respetivos acontecimentos adversos;
(4) o reconhecimento da existência do erro que, na maioria dos
casos, é consequência, entre outros, de uma má organização, de condições
inadequadas de trabalho, de uma cadeia de incompatibilidades e da ausência dos
necessários apoios tecnológicos, informacionais ou de recursos humanos;
(5) a harmonização psicossocial entre o homem e o trabalho,
permitindo diminuir efeitos como o stress e o burn out. Atualmente são
reconhecidas as convergências entre a Ergonomia e a Segurança do Doente e,
apesar de ainda pouco divulgadas, destacam-se, nesse contexto, áreas e exemplos
concretos de inovação e desenvolvimento no sentido da prevenção e harmonia
entre o homem e o envolvimento hospitalar.
Como
exemplos da intervenção ergonómica nos hospitais e em unidades de saúde, e da
necessidade de harmonia entre o homem e o envolvimento podem-se, entre outros,
referir:
1. Nos
serviços de urgência:
a. a concepção de sistemas decisionais,
por exemplo, no diagnóstico médico e na mobilização de doentes;
b. a introdução de sistemas de
monitorização da prescrição, de diferenciação, de caracterização de embalagens
e de colocação/armazenamento de medicamentos;
2. Nos
serviços de cuidados intensivos:
a. concepção de alarmes diferenciados,
apoiados em software lógico e intuitivo, em sistemas de segurança para o
doente, como vigilância ativa e sistemas de posicionamento com apoio de
infravermelhos;
b. utilização de sistemas de confirmação
(necessariamente, redundantes) em todas as acções na prestação de
cuidados;
3. Nos
serviços de cirurgia:
a. utilização de sistemas de confirmação
cirúrgica da zona de intervenção e de outros elementos, por exemplo, através de
listas de verificação;
b. concepção de utensílios/ferros
(seguros, ergonómicos e de fácil utilização);
c. adequação dos espaços, circuitos e
equipamentos à prestação de cuidados e, principalmente, às características dos
utilizado 4. Nos serviços de radiologia:
a. concepção de equipamentos que permitam
a introdução de ajudas técnicas na realização dos exames e de barreiras para
proteção radiológica, quer do doente, quer dos profissionais;
b. utilização de sistemas sonoros de
confirmação da colocação da ampola de raios X (alinhamento com o potter).
A Ergonomia
hospitalar pretende, acima de tudo, contribuir para uma sociedade que invista
na proteção e na promoção da saúde nos hospitais e outras unidades de saúde.
Para tal, é fundamental uma forte aposta na interação harmoniosa entre o homem
e o envolvimento, onde a escolha e a adaptação da tecnologia ao coletivo
(antropotecnologia) possibilite, a uma população determinada, ter melhores
condições de trabalho e, em geral, melhor qualidade de vida. Essa intervenção
ergonómica contribuirá para a Segurança do Doente e dos profissionais de saúde.
Concluímos
que aula decorreu normalmente falando sobre a visita e de ergonomia .
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