Lições 1 e 2
Sumário:
- Formas de funcionamento da
disciplina;
- Critérios de avaliação;
- Objectivos do módulo 4;
- Conteúdo do módulo 4;
- Realização de uma ficha de
trabalho sobre IACS.
Os objectivos do módulo 4 da disciplina são:
·
Distinguir os conceitos de lavagem, desinfeção,
esterilização e métodos e técnicas associadas.
·
Identificar a tipologia de produtos utilizados
nos processos de lavagem e desinfeção: aplicação e recomendações associadas.
·
Identificar as diferentes etapas do processo de
tratamento de roupas – recolha, triagem, transporte e acondicionamento, tendo
em conta os procedimentos definidos e diferentes níveis de risco.
·
Identificar a tipologia de produtos de higiene e
limpeza da unidade do utente: tipo de utilização, manipulação e modo de
conservação.
·
Identificar as diferentes etapas do processo de
lavagem e higienização de instalações e mobiliário da unidade do doente, bloco
operatório, unidade de isolamento e outros serviços que tenham especificidades
no controlo da infeção, tendo em conta os procedimentos definidos e diferentes
níveis de risco.
·
Identificar os diferentes tipos e etapas do
processo de lavagem e desinfeção de materiais: hoteleiro, apoio clínico e
clínico tendo em conta os procedimentos definidos e diferentes níveis de risco.
·
Identificar os diferentes tipos e etapas do
processo de lavagem e desinfeção de equipamentos, do serviço/unidade tendo em
conta as instruções do fabricante, os procedimentos definidos e diferentes
níveis de risco.
·
Identificar os diferentes tipos de tratamento e
etapas do processo de lavagem de materiais e equipamentos utilizados na lavagem,
higienização e desinfeção de instalações/superfícies do serviço/unidade tendo
em conta os procedimentos definidos e diferentes níveis de risco.
·
Identificar os diferentes tipos de resíduos e
tipologia de tratamento associado: recolha, triagem transporte e
acondicionamento e manuseamento.
·
Explicar que as tarefas que se integram no
âmbito de intervenção do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde terão de ser sempre
executadas com orientação e supervisão de um profissional de saúde.
·
Identificar as tarefas que têm de ser executadas
sob supervisão direta do profissional de saúde e aquelas que podem ser
executadas sozinho.
·
Preparar e aplicar os diferentes tipos de
produtos de lavagem, desinfeção e esterilização, utilizando o equipamento de
proteção individual adequado, e cumprindo os procedimentos definidos para cada
uma das etapas.
·
Aplicar os métodos e técnicas de lavagem e desinfeção,
utilizando o equipamento de proteção individual adequado, e cumprindo os
procedimentos definidos para cada uma das etapas.
·
Aplicar as técnicas de tratamento de roupa de
acordo com a sua tipologia utilizando o equipamento de proteção individual
adequado, e agindo de acordo com procedimentos definidos no tratamento de
roupas: recolha, triagem, transporte e acondicionamento.
·
Aplicar técnicas de substituição de roupa em
camas, berços e macas desocupadas mobilizando conhecimentos fundamentais sobre
métodos, materiais e equipamentos de acordo com procedimentos definidos.
·
Substituir e proceder ao tratamento dos produtos
de higiene pessoal da unidade do doente, de acordo com procedimentos definidos.
·
Aplicar as técnicas de tratamento de resíduos,
de acordo com tipologia dos mesmos, cumprindo os procedimentos definidos para
cada uma das etapas: receção, identificação, manipulação, triagem, transporte e
acondicionamento.
·
Aplicar as técnicas de lavagem higienização das
instalações e mobiliário da unidade do utente/serviço, utilizando equipamento
de proteção individual adequado, cumprindo os procedimentos definidos.
·
Aplicar as técnicas de lavagem (manual e
mecânica) e desinfeção aos equipamentos do serviço, utilizando equipamento de
proteção individual adequado, cumprindo as orientações dos fabricantes e os
procedimentos definidos associados.
·
Aplicar as técnicas de tratamento, lavagem
(manual e mecânica) e desinfeção aos equipamentos e materiais utilizados na
lavagem e higienização das instalações/superfícies da unidade/serviço, utilizando
equipamento de proteção individual adequado, cumprindo as orientações dos
fabricantes e os procedimentos definidos associados.
·
Aplicar as técnicas de lavagem (manual e
mecânica) e desinfeção a material hoteleiro, material de apoio clínico e
material clínico utilizando equipamento de proteção individual adequado e
cumprindo os procedimentos definidos.
·
Aplicar técnicas de armazenamento e conservação
de material de apoio clínico, material clínico desinfetado /esterilizado.
·
Explicar a importância de se atualizar e adaptar
a novos produtos, materiais, equipamentos e tecnologias no âmbito das suas atividades.
·
Explicar a importância de manter autocontrolo em
situações críticas e de limite.
·
Explicar o dever de agir em função das
orientações do profissional de saúde.
·
Explicar o impacte das suas ações na interação e
bem-estar emocional de terceiros.
·
Explicar a importância da sua atividade para o
trabalho de equipa multidisciplinar.
·
Explicar a importância de assumir uma atitude
pró-activa na melhoria contínua da qualidade, no âmbito da sua ação
profissional.
·
Explicar a importância de cumprir as normas de
segurança, higiene e saúde no trabalho assim como preservar a sua apresentação
pessoal.
·
Explicar a importância de agir de acordo com
normas e/ou procedimentos definidos no âmbito das suas atividades.
·
Explicar a importância de prever e antecipar
riscos.
·
Explicar a importância de demonstrar segurança
durante a execução das suas tarefas.
·
Explicar a importância da concentração na
execução das suas tarefas.
· Explicar a importância de desenvolver uma
capacidade de alerta que permita sinalizar situações ou contextos que exijam
intervenção.
Conteúdos do módulo 4
1- Conceitos associados à lavagem, desinfeção e esterilização
°
A lavagem
- Lavagem manual e mecânica
- Tipologia de produtos utilizados na lavagem manual
- Métodos de lavagem
°
A desinfeção
- Desinfeção
- Tipologia de
produtos utilizados na desinfeção
- Métodos de desinfeção
°
A esterilização
- Esterilização e tipo de aplicação
- Métodos de esterilização: baixa temperatura e alta
temperatura
2- Tipologia de produtos, aplicação e recomendações associadas
°
Produtos de lavagem
°
Produtos desinfetantes
3- Roupas
°
O tratamento de roupas tendo em conta os níveis
de risco
- O equipamento de proteção individual
- As técnicas de manuseamento de roupa suja e lavada
- A recolha, o transporte, a triagem e o
acondicionamento de roupa
-
A recolha de roupa suja: procedimentos e normas associadas
- A triagem da
roupa: tipo de roupa, tipo de procedimentos associados, identificação, selagem
e rotulagem
- Os circuitos de transporte da roupa
°
O acondicionamento de roupa suja e lavada
°
A substituição de roupa e de produtos de higiene
e conforto
- Técnicas de substituição de roupas em camas,
berços e macas desocupadas
°
Normas e procedimentos de higiene, segurança e
saúde no trabalho
4- Limpeza e higienização de instalações/ superfícies
°
A limpeza e higienização de instalações/
superfícies da unidade do utente e/ou serviços tendo em conta os níveis e zonas
de risco
- O Equipamento de Proteção Individual
- Os Produtos de lavagem:
- Tipo de produtos
- Preparação de produtos: mistura, diluição e
dosagem adequada
- As precauções a ter em conta
- Aplicação e utilização
- Os métodos e técnicas de lavagem associadas à
higienização dos espaços
- Normas e procedimentos de Higiene, Segurança e
Saúde no trabalho
°
A limpeza e higienização de instalações/
superfícies no post-mortem
°
A limpeza e higienização de instalações/
superfícies em unidades/ serviços específicos: Cuidados intensivos, bloco
operatório, unidades de isolamento
5- Materiais
°
A lavagem e desinfeção dos materiais:
- O equipamento de proteção Individual
- A tipologia de materiais
- Os circuitos de
entrega e recolha de material hoteleiro, material clínico e material de apoio
clínico
- A lavagem e
desinfeção de materiais: material hoteleiro, material clínico e material de
apoio clínico
-
Lavagem manual
-
Lavagem mecânica e desinfeção térmica
-
Desinfeção química de material de apoio clínico e de material clínico
°
Os Produtos de lavagem
- Tipo de produtos
- Aplicação e utilização
- Preparação de produtos: mistura, diluição e
dosagem adequada
- As precauções a ter em conta
°
Armazenamento e conservação de materiais
°
Registos
6- Equipamentos
°
A lavagem e desinfeção química dos equipamentos:
- O equipamento de proteção Individual
- A tipologia de equipamentos
- Os produtos de lavagem
-
Tipo de produtos
-
Aplicação e utilização
-
Preparação de produtos: mistura, diluição e dosagem adequada
-
As precauções a ter em conta
- A lavagem e desinfeção de equipamentos
-
Manual
-
Mecânica
- Os métodos e técnicas de lavagem e desinfeção
- Manuais e normas de instruções do fabricante
- Manutenção preventiva
- Normas e procedimentos de higiene, segurança e
saúde no trabalho
7- Materiais e equipamentos
°
A lavagem e desinfeção dos materiais e
equipamentos de lavagem e higienização
- O equipamento de proteção Individual
- A tipologia de materiais e equipamentos de
lavagem/higienização
°
Os Produtos de lavagem
- Tipo de produtos
- Aplicação e utilização
- Preparação de produtos: mistura, diluição e
dosagem adequada
- As precauções a ter em conta
°
O tratamento, a lavagem e a desinfeção de
materiais de lavagem
- Tratamento
- Lavagem manual
- Lavagem mecânica
°
O acondicionamento de produtos, materiais e
equipamentos de lavagem e higienização
°
Registos
8- O tratamento de resíduos
°
A receção, a triagem o transporte e o
acondicionamento de resíduos: normas e procedimentos associados a cada tipo de
tratamento
- Grupo I- resíduo que não apresentam exigências
especiais no seu tratamento
- Grupo II- resíduos hospitalares não perigosos
- Grupo III- resíduos hospitalares de risco
biológico
- Grupos IV- resíduos hospitalares específicos
°
O armazenamento de resíduos: normas e
procedimentos associados a cada tipo de tratamento
- Grupo I- resíduos que não apresentam exigências
especiais no seu tratamento
- Grupo II- resíduos hospitalares não perigosos
- Grupo III- resíduos hospitalares de risco
biológico
- Grupos IV -resíduos hospitalares específicos
9- Tarefas que em relação a esta temática se encontram no âmbito de
intervenção do/a Técnico/a Auxiliar de Saúde
°
Tarefas que, sob orientação de um profissional
de saúde, tem de executar sob sua supervisão direta
°
Tarefas que, sob orientação e supervisão de um
profissional de saúde, pode executar sozinho/a,
Esta foi a
nossa primeira aula de HSCG deste ano. A professora começou por falar sobre o
que iríamos estudar no primeiro módulo e nada melhor do que
realizarmos uma ficha sobre o assunto:
INFECÇÃO ASSOCIADA AOS CUIDADOS DE SAÚDE (IACS)
O que é a Infeção Associada aos Cuidados de
Saúde e qual o seu impacto na segurança dos doentes?
A
Infeção Associada aos Cuidados de Saúde (IACS), anteriormente denominada de
infeção nosocomial ou hospitalar – é definida como uma infeção que ocorre num
doente durante a prestação de cuidados num hospital ou outra instituição
prestadora de cuidados de saúde que não existia nem estava em incubação na
altura da sua admissão. Inclui também infeções adquiridas no decurso da
prestação de cuidados, mas que se manifestam após a suspensão dos mesmos, assim
como infeções de natureza ocupacional que surgem nos profissionais da
instituição. Esta designação (IACS) é mais envolvente e abrangente, no sentido
em que engloba não só as infeções adquiridas em meio hospitalar mas também
todas as infeções que surgem em consequência da prestação de cuidados de saúde,
onde quer que os doentes se encontrem (lar, cuidados continuados, domicilio,
etc.).
O
aparecimento da infeção está ligado à prestação dos cuidados de saúde podendo
surgir, embora nem sempre, como consequência da falha de sistemas e processos
da prestação de cuidados, bem como do comportamento humano (profissionais,
doentes e visitas). Deste modo, representa um problema maior da segurança dos
doentes. (Direção Geral dos Hospitais, 2008)
A
Infeção Associada aos Cuidados de Saúde ocorre em todo o mundo, atingindo países
desenvolvidos como países em desenvolvimento. O impacto das IACS é enorme, com
centenas de milhares de doentes afetados anualmente em todo o mundo. Estas infeções
contribuem para a morte e incapacidade dos doentes e levam á utilização de
antibióticos de largo espectro, podendo contribuir para o aumento da
resistência aos antibióticos.
A
cada momento, mais de 1,4 milhões de pessoas sofrem infeções adquiridas no
hospital. Estima-se
que, nos países
desenvolvidos, 5 a 10% dos doentes admitidos em hospitais de cuidados agudos
vêm a adquirir uma infeção; a proporção de doentes afetados pode ultrapassar os
25% nos países em desenvolvimento. Em locais de elevado risco, como unidades de
cuidados intensivos, mais de um terço dos doentes pode ser afetado e a mortalidade
atribuível pode atingir 44%. Nos EUA, as IACS são causa direta de
aproximadamente 80 000 mortes por ano.
Como
consequências das IACS observa-se agravamento do estado de saúde, aumento do
tempo de internamento, sequelas e morte, custos económicos adicionais elevados
no sistema de saúde, custos pessoais e sofrimento físico e emocional nos
doentes e famílias.
Como
são transmitidos os microrganismos durante a prestação de cuidados de saúde?
As
Infeções Associadas aos Cuidados de Saúde podem ser causadas por bactérias,
vírus, fungos e parasitas. No entanto, a maioria das infeções são causadas por
bactérias e vírus. Os microrganismos encontram-se no ambiente das unidades de
saúde e nos próprios doentes, na pele, vias respiratórias e trato
gastrointestinal. Estes microrganismos são considerados parte da sua flora
normal. Assim, a roupa dos doentes e da cama, o mobiliário e outros objetos no
ambiente envolvente do doente ficam contaminados com a sua flora.
As
infeções podem ser causadas tanto por microrganismos que fazem parte da flora
da pele e mucosas do doente (endógenas), como por microrganismos transmitidos por
outro doente ou do ambiente envolvente (exógenas). Os profissionais de saúde
podem atuar como veículo transmissor.
As IACS surgem
essencialmente como complicações decorrentes de um desequilíbrio entre a flora microbiana,
considerada normal, e os mecanismos de defesa.
A
transmissão dos microrganismos pode ocorrer através de contacto (direto e
indireto), via aérea (gotículas) e veículos comuns e vetores.
A transmissão por
contacto ocorre quando o doente contacta com a fonte e pode acontecer por:
·
Contacto direto - Contacto físico direto entre a
fonte e o doente, por exemplo, contacto pessoa-pessoa.
·
Contacto indireto - A transmissão do agente infecioso
da fonte para o doente ocorre de modo passivo através de um objeto
(habitualmente inanimado), por exemplo, transferência de microrganismos
entéricos para um hospedeiro suscetível através de um endoscópio que foi previamente
contaminado por um doente colonizado/infetado.
A
transmissão por via aérea refere-se a microrganismos cuja disseminação passa
pela suspensão no ar e que então podem ser inalados por um hospedeiro suscetível
dentro da mesma sala ou a longa distância do doente contaminado. A passagem
transitória do agente infecioso acontece através de gotículas (partículas com
dimensões superiores a 5µm) quando a fonte e o doente estão próximos, por exemplo,
por espirros e tosse
Na
transmissão por veículos comuns, um material contaminado, por exemplo,
alimentos, água ou medicamentos, pode ser o ponto de partida para a transmissão
do agente microbiano aos doentes.
A
transmissão por vetores, como por exemplo mosquitos, pulgas, ratos, carraças,
não tem grande expressão nas IACS.
O
risco de transmissão existe em todos os momentos da prestação de cuidados,
especialmente em doentes imunodeprimidos e/ou na presença de dispositivos
invasivos (como catéter vesical, catéter intravenoso, tubo endotraqueal, etc.).
Nos
hospitais concentram-se doentes infetados e colonizados por microrganismos, que
são fontes de infeção e que podem contaminar outros doentes e profissionais.
Entre os fatores que contribuem para o desenvolvimento de infeções, incluem-se
a sobrelotação, a não afetação de profissionais exclusivos para cuidar dos
doentes infetados e colonizados, transferências frequentes de doentes de uma enfermaria
para outra e a aglomeração de doentes imunodeprimidos em unidades específicas
(unidades de cuidados intensivos e intermédios).
Na maioria dos casos, as mãos dos
profissionais de saúde constituem o veículo mais comum para a transmissão de
microrganismos da pele do doente para as mucosas (como no trato
respiratório) ou para locais do corpo
habitualmente estéreis (sangue, líquido céfalo-raquidiano, líquido pleural,
etc.) e de outros doentes ou do ambiente
contaminado.
É
importante referir que as mãos dos profissionais são progressivamente
colonizadas durante a prestação de cuidados com microrganismos, incluindo agentes
potencialmente patogénicos (colonização transitória).
Na
ausência de cuidados de higiene das mãos, quanto maior a duração da prestação
de cuidados, maior o grau de contaminação das mesmas.
É
possível prevenir a Infeção Associada aos Cuidados de Saúde?
Vários
estudos demonstram claramente que a implementação de programas de controlo de
infeção bem estruturados reduz as IACS e é uma medida custo-efetiva. Um estudo
realizado entre 1974 e 1983, nos Estados Unidos – estudo SENIC – conclui que é
possível prevenir cerca de 30% de todas as infeções nosocomiais.
As
bases do controlo de infeção assentam em precauções simples e bem
estabelecidas, comprovadamente eficazes e globalmente aceites.
As
Precauções Básicas, implementadas em 1988, pelo CDC (Centers for Disease
Control), englobam todos os princípios essenciais de controlo de infeção que
são obrigatórios em qualquer estabelecimento de prestação de cuidados de saúde.
Estas aplicam-se a todos os doentes hospitalizados, independentemente do seu
diagnóstico, fatores de risco e presumível estado infecioso, de modo a diminuir
o risco tanto de doentes como de profissionais de contraírem uma infeção.
A
higiene das mãos está no cerne das Precauções Básicas e é indiscutivelmente a
medida isolada mais eficaz no controlo de infeção.
Na
presença de doentes com suspeita ou confirmação de infeção ou colonização por
agentes patogénicos altamente transmissíveis, ou epidemiologicamente
significativos, os cuidados requerem a implementação de medidas especiais
baseadas nas vias de transmissão. As precauções baseadas nas vias de
transmissão incluem precauções relativas à transmissão por via aérea, por
gotícula e por contacto.
Além
das Precauções Básicas e das baseadas na transmissão, foi demonstrado que
algumas medidas específicas são muito eficazes na prevenção de infeções
específicas de um local, ou relacionadas com dispositivos, nomeadamente
infeções do trato urinário, infeções do local cirúrgico, pneumonia e infeção da
corrente sanguínea. Assim, devem ser tomadas medidas para criar e implementar orientações
de boas práticas, de modo a minimizar o risco de desenvolver infeção
relacionada com procedimentos ou dispositivos invasivos.
Segundo as Precauções Básicas todos os
doentes devem ser considerados como potencialmente infeciosos, assumir que todo
o sangue e outros fluidos corporais podem estar contaminados e assumir que
todos os objetos cortantes, usados, estão contaminados.
Assim
as estratégias de prevenção das IACS, baseadas nas Precauções Básicas, devem
constar de:
·
Higiene das mãos;
·
Boas práticas nos procedimentos invasivos, como
utilização de técnica asséptica;
·
Limpeza, desinfeção e esterilização dos
dispositivos médicos;
·
Uso racional de antimicrobianos;
·
Administração segura de injetáveis;
·
Descontaminação dos equipamentos;
·
Higiene ambiental hospitalar;
·
Uso racional do equipamento de proteção
individual;
·
Uso correto e rejeição de cortantes e ou
perfurantes;
·
Encaminhamento correto após exposição;
·
Correto programa de vacinação;
·
Boas práticas no transporte de espécimes;
·
Precauções com doentes com infeções
epidemiologicamente importantes;
·
Isolamento e colocação dos doentes colonizados /
infetados conforme a via de transmissão.
·
Higiene respiratória / etiqueta da tosse.
Todos os profissionais
de saúde devem cumprir as normas e orientações, na sua prática, de forma a prevenir
e reduzir a incidência de infeções. Devem conhecer as Precauções Básicas de
prevenção e controlo de infeção a serem aplicadas em todas as situações. Da
intervenção correcta dos profissionais depende a real prevenção das IACS e a
segurança dos doentes. A informação e a formação aos profissionais de saúde são
fundamentais para esse efeito. Segundo Ferreira, citado por Rebelo (2007), a ignorância
obstaculiza e bloqueia o desenvolvimento de estratégias e medidas racionais e
eficazes no combate das infeções hospitalares.
O profissional de
saúde deve saber avaliar os riscos para os doentes e para si próprio sobre a
transmissão das IACS e atuar de acordo. A par do rápido desenvolvimento técnico
e farmacológico e de ferramentas importantes para o entendimento das IACS, é o
elemento fundamental na prevenção e controlo deste tipo de infeção.
A prevenção é sem dúvida, a melhor forma de combater este problema!
O envolvimento dos Profissionais de Enfermagem e dos Técnicos
Auxiliares de Saúde é crucial e decisivo. No decorrer da sua atividade diária,
detêm imensa responsabilidade para evitar as Infeções Associadas aos Cuidados
de Saúde, implementando procedimentos adequados, que minimizem a disseminação de
microrganismos. Desempenham assim papel chave na prevenção e controlo de
infeção. Neste sentido o objetivo será caminhar para a excelência na prestação
de cuidados e ter sempre em conta a pessoa que acorre aos serviços de saúde,
que tem direito a ser protegida e defendida na sua integridade.
1-
Indique:
1.1 as
principais consequências das IACS para um doente;
1.2 como
são transmitidos os microrganismos durante a prestação de cuidados de saúde?;
1.3 o
veículo mais comum para a transmissão de microrganismos da pele do doente para
as mucosas ou para locais do corpo habitualmente estéreis e de outros doentes
ou do ambiente contaminado.
2-
Selecione das estratégias de prevenção das IACS,
baseadas nas Precauções Básicas aquelas que estão relacionadas com a atividade
de um técnico auxiliar de saúde.
3-
Indique qual a melhor forma de combate às IACS.
As respostas à ficha ficaram por dar por falta de tempo.
As respostas à ficha ficaram por dar por falta de tempo.
Sem comentários:
Enviar um comentário